domingo, 17 de agosto de 2014

Diário de férias (gastronómico, mas não só) - MADRID dia I

DIA 1 – 6ª FEIRA 4 DE  JULHO

O habitual ligeiro atraso do avião ia-nos custando a possibilidade almoçar.

Feito o check-in no Ibis Las Ventas, fomos directamente para o El Fogón del Triffón, uma das “20 melhores barras de Madrid” segundo Carlos Maribona.  Chegados lá, perto das cinco horas, fomos simpaticamente informados pelo jovem que estava atrás do balcão de que a cozinha estava fechada.
Já nos vínhamos embora quando um senhor que estava a comer sentado a uma mesa, e que pressupomos ser o dono do restaurante, lhe diz “olha mas prepara-lhes aí uma salada e umas coisas”. E virando-se para nós “o que vos parece a ideia de uma salada fresca, com atum, tomate e outras coisas”, e nós “parece
-nos pois muito bem”, tudo isto naturalmente no nosso melhor espanhol possível.
Pois acabámos por comer uma magnífica salada com ingredientes de elevada qualidade, quer a ventresca quer o tomate, e ainda surpreendentemente um prato cozinhado, uns “callos ala madrilena” excelentes.
Tal foi a simpatia que imediatamente marcámos mesa para jantar no dia seguinte, mas isso já é outra história.

No que restava da tarde dirigimo-nos ao Círculo de Bellas Artes de Madrid para vermos as exposições que lá estavam, neste local onde se encontram normalmente exposições de grande qualidade embora talvez menos mediáticas que as dos museus mais famosos.
Fotografia 2.0 no Circulo de Bellas Artes 
Desta vez vimos:

Fotografia 2.0
Exposição colectiva de artistas ligados à pós-fotografia, com uso de imagens retiradas da net, de vídeos, etc. Não conhecia este movimento, estou completamente “fora de pé” aqui, mas achei muito interessante.

Josep Renau  - The american way of life. Série de trabalhos de fotomontagem de crítica ao capitalismo, militarismo e guerra fria feitos entre 49  e 76, onde foi apresentado no pavilhão espanhol da Bienal de Veneza. Renau era espanhol, militante de Esquerda, Director Geral de Belas Artes em 36 e nessa qualidade convidou Picasso a fazer o célebre Guernica. Fugido ao franquismo, viveu no México, onde fez entre outras coisas mais de 200 posters de cinema, e acabou a sua vida na RDA. Não o conhecia, e gostei muito do que vi.

La Palangana – colectivo de fotógrafos espanhol surgido em 59 na Real Sociedad Fotográfica Madrileña, percursores do que se pode chamar o “neorrealismo espanhol” e que constituíram a chamada Escola de Madrid. A exposição integra fotografia feita em vários locais de Espanha nos anos 50 e 60. Das três, era a exposição mais imediata e acessível.

À noite fomos a outro restaurante constante da lista de Maribona de “20 melhores barras”, o Docamar, que de facto é uma cervejaria com barra propriamente dita, completamente cheia de gente, e sala com dois andares , que foi onde ficámos.
O ex-libris do Docamar são as “patatas bravas”, supostamente as melhores de Madrid, e que eram de facto excelentes. Tudo o resto muito bom – gaspacho, anchovas, mexilhões, que me lembre. Uma visita que valeu a pena, até porque o preço é bastante razoável.

Sem comentários:

Enviar um comentário

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.