segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Verde Gaio, em Campo de Ourique


Não conhecíamos este restaurante, e fomos lá por ter obtido "um garfo" no último Lisboa à Prova.

Sexta feira à noite, restaurante cheio, mesas para grupos e famílias. Deram-nos uma mesa numa zona de passagem. Temi o pior.

Apesar destas condicionantes, o jantar foi muito bom. O serviço é muito simpático e conseguiu minimizar o impacto da má colocação da mesa.

Os jaquinzinhos de entrada estavam excelentes, repetimos a dose. A salada de favas normal, sem mais.

Os grelhados corresponderam à expectativa. Quer os lagartos de porco preto 8nem de propósito, na tv dava um jogo de futsal do Sproting) quer o rim estavam excelentes. O rim era mesmo particularmente saboroso.

Bons acompanhamentos, com destaque para o feijão verde salteado, perfeito (e eu nem sou grande apreciador de feijão verde, embora a Luísa o seja).

Bebemos um muito bom CARM Reserva 2010, €16. A garrafeira não é muito extensa mas tem opções de qualidade que cheguem e a preços muito sensatos. Copos bons, temperatura de serviço do vinho no limite mas dentro do aceitável.

Pelo preço, cerca de 30 euros por pessoa, é um restaurante muito recomendável, num bairro que frequento com regularidade desde há anos e que tem várias alternativas de qualidade na restauração.
 
PS - Creio que este é o restaurante onde, há cerca de dez anos, se começou a reunir o grupo original de "Os 5 Às 8", quando ainda eram memso cinco, antes do site, do blog, da fama, etc...

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

E às três foi de vez! O almoço na Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa

Os almoços do Chefe Nuno Diniz e dos seus alunos da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa são à 4ª feira e se tentarmos reservar na própria semana, impossível, já está cheio! Por isso à 2ª “nega” resolvemos reservar logo para a semana seguinte, mesmo sem conhecer a ementa.
Foto do site da Escola de Hotelaria e Turismo de Lisboa
O restaurante não é muito grande, mas não é por isso a maior dificuldade. O que tanto atrai é que temos o Chefe Nuno Diniz, uma ementa muito original e um preço para toda a refeição incluindo as bebidas (água e um copo de vinho), pão e azeite e um aperitivo, por apenas 15 euros por pessoa. Assim, à partida já promete, mas depois da refeição conclui-se que é uma relação preço / qualidade imbatível. Imbatível porque o preço não é muito elevado e a qualidade é altíssima.
Já referi a originalidade da ementa, mas isto juntam-se, grande qualidade dos produtos, execução irrepreensível, empratamento adequado realçando os diversos elementos presentes no prato, e sabores fantásticos!
Infelizmente não tenho a ementa de hoje o que é pena porque todos os nomes dos pratos mencionam uma ou duas cidades que o inspiraram estando patente a sua originalidade. Por isso aqui fica de de memória e com os detalhes possíveis: 
  • começamos com hummus que escondia aquilo a que chamei um pastelinho mas que quando comi percebi que era alheira, das melhores que já provei – de Boticas conforme o Nuno nos disse – acompanhado ainda por um puré de castanhas, macio e de sabor subtil mas a não deixar dúvidas quanto à presença das ditas; 
  • seguiu-se um yakitori de camarão com legumes, com uma profusão de sabores, todos eles a complementarem-se e a serem realçados por um ligeiro picante, acompanhado por noodles; 
  • veio depois uma canja de bacalhau com uns legumes cortados quase em tamanho microscópico, mas que davam sabor e cor, escondida por uma tampa de massa folhada – para além de muito boa, a apresentação é original (esta sopa referenciava as cidades de Lisboa e Lyon);
  • finalmente, ainda foi possível aumentar a originalidade, e tivemos um prato de línguas de borrego com flocos de aveia, belíssimo!! 
  • A sobremesa manteve o padrão de qualidade e originalidade: um parfait de abóbora acompanhado de gelado de marmelo - delicioso, consistência perfeita – frutos vermelhos sobre creme de marmelo, e micro-quadrados de marmelada. Uma combinação para mim inesperada mas a resultar muito bem, pois o marmelo nas várias preparações “animou” o parfait que sozinho poderia ficar monótono.
Enfim, uma refeição ao nível do melhor que conheço. Se isto for um indicador do futuro da cozinha em Portugal, acho que não temos nada a temer!

Uma palavra quanto ao serviço. Muito simpático, mas é pena não apresentarem os pratos ou pelo menos dizerem os seus nomes, pois não são fáceis de recordar, e é interessante sabê-los para perceber as influências e referências que os pratos nos querem trazer. 

O serviço de vinhos não teve falhas, o vinho estava a uma temperatura aceitável. Bebemos o vinho incluído no menu - Cerejeiras Vinho Regional Lisboa Branco da Quinta das Cerejeiras (2012) - que não se "intrometeu" e como tal cumpriu, sem mais. Agora os copos, são de desastre!! Infelizmente ficámos a saber que a minha ideia de falar com uma marca de copos para patrocinar estes almoços disponibilizando copos adequados, não é viável. Pelos vistos, ter patrocínios é visto como pouco ético, suborno ou algo parecido. Não percebo, mas parece que é assim. Pena, mas não é isto que nos vai fazer desistir. Já temos reserva para o almoço da próxima semana!

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

História e histórias, chegam à mesa

Comecei por pensar que era apenas mais uma demonstração da imensa criatividade e ousadia do chefe Heston Blumenthal, quando vi os programas que a SIC Radical está a transmitir (muito embora sejam já de 2009) e onde já assisti a um jantar inspirado em Lewis Carrol e n’Alice no País das Maravilhas, a um banquete medieval, sendo que o próximo será  um banquete do tempo dos Tudor!

Mas, depois disto, eis que me deparo com um blog chamado A COZINHA MEDIAEVAL (http://acozinhamedieval.blogspot.pt/) que só apresenta receitas da época. Podia ser coincidência ...

Finalmente, para me convencer que isto da História (e das histórias) à mesa é capaz de ter vindo para ficar, o restaurante Assinatura fez um jantar temático “Leonardo da Vinci por João Sá”! (podem ler o que o Miguel Pires tem a dizer sobre este jantar da passada 4ª feira, no Mesa Marcada).

Edição portuguesa que inclui carta -prefácio 
de Georges Simenon

Foi por isso que inspirada no que parece ser uma tendência, ontem para o jantar decidi revolver os livros de cozinha e afins para encontrar algo com História ou com histórias. 

Decidi-me por uma d’As Boas receitas de Simenon e Maigret de Robert Courtine - Fígado em papelotes, e por umas Beringelas Recheadas (Le Melanzane ripiene) dos Segredos Culinários da Maria Callas – histórias receitas e sabor in Culinário da Asssírio & Alvim de 2010.

Não recriei nada, mas há um grande prazer em cozinhar algo que tem uma história ... para quem faz e para quem come!


Espero que seja uma tendência que continue a ser explorada.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Sushi Café Avenida

Voltei a semana passada ao Sushi Café Avenida, que frequentei bastante em 2011 e 2012 mas ao qual ainda não tinha ido este ano.

Comemos o menu de degustação mais longo e de facto a conclusão é que continua muito bom, com algumas coisas mesmo excelentes. Na área da fusão japnesa, ou japonês de fusão, como queiram, deve continuar a ser o melhor de Lisboa.

O facto de ser um restaurante trendy, onde muita gente provavelmente vai por estar na moda, para ver e ser visto, mantém no entanto um padrão gastronómico elevado, o que é digno de nota e de louvor.

A carta de vinhos brancos (nunca ali bebi tinto) poderia ser melhorada. Já há em Portugal opções interessantes que não estão na carta - Guarda Rios, Quinta de San Joanne, Casal de Santa Maria, só para citar alguns. Pois, tem o inevitável Soalheiro, lá isso tem.

sábado, 3 de agosto de 2013

O Tomate e o Umai em mais um dia de mercado

Banca de Tomate no Eataly em Turim 


São imensas as variedades de tomate, mas acho que não lhes damos a devida importância nem as usamos de forma diferenciada. …



… mas na 5ª feira, no Umai, isso aconteceu. 

O Paulo pegou neste alimento tão vulgar, mas tão bom, e diria mesmo indispensável, e elevou-o, trabalhando-o de acordo com as diferentes variedades e criando um conjunto de pratos muito originais.

Umai - Dia do Mercado 1 Agosto 2013
Para mim todos os pratos mereceram nota máxima - pela criatividade, confecção, qualidade dos produtos - mas tenho que destacar o mil folhas de tomate, salmão fumado e queijo-creme, porque distinguir o sabor do tomate apesar da intensidade do sabor do salmão foi surpreendente! O sabor e acidez do tomate conferiram equilíbrio ao conjunto e o queijo creme serviu o propósito de unir as folhas, sem se intrometer em termos de sabor. Embora tenha havido uma significativa variação de tamanho nas duas vezes que comemos, em ambos os casos resultou bem. 
Delicioso e surpreendente!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Hotel da Lapa

Este ano, uma das minhas prendas de aniversário, foi um dia no hotel da Lapa, com jantar e pequeno-almoço.














O Hotel é muito bonito e foi uma tarde bem passada. Nem parece que estamos em Lisboa, tal é a calma que nos rodeia.




O Jantar foi excelente. Na esplanada, com uma vista linda para o jardim e para o Castelo, escolhemos o menu de degustação que tem propostas muito interessantes. 

Gostei em particular do prato de pasta, uns tortelli muito bem executados e da Sinfonia de frutos do mar, um prato reconfortante e cheio de sabor. 
Características presentes ao longo de todo o menu: a qualidade dos produtos, a correcta execução, um empratamento apelativo.
Mas o prato que me deixou a recordação mais viva foi a surpresa do gaspacho de morangos e framboesas. Muito fresco, como se pedia naquela noite quente, eis que encontramos uma ostra (do Sado) absolutamente fabulosa, que provocou uma explosão de sabores a mar, inesperada, mas com sentido e que ligou todos os outros sabores!

Quanto a bebidas, começámos por um Porto tónico, bem preparado, com uma casca de laranja em espiral, que lhe conferiu um perfume muito agradável e realçou o sabor do Porto.
Como vem sendo habitual, optámos por escolher um único vinho que se adequasse a todos os pratos da degustação.
Seleccionámos o Flors di Uis 2009 (Vie di Romans), um branco do Friuli, com as castas Malvasia Istriana, Tocai Friulano e Riesling Renano, características da região. É um vinho estruturado, fresco, com boa acidez e persistência, que ligou muito bem com todos os pratos, das vieiras ao leitão, demonstrando grande versatilidade. Uma boa descoberta!

Finalmente o pequeno-almoço -  é muito bom, e tomado no pátio exterior numa manhã quente de Verão, é uma forma fabulosa de começar o dia!

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mercado de San Miguel (Madrid)

O mesmo amigo que já há muito tempo nos tinha falado e aconselhado a visita ao Astrid & Gastón em Madrid, recomendou-nos desta vez uma visita ao mercado de San Miguel.





Fica em pleno centro histórico, o ambiente é animado, e é tentador, quer para fazer compras de comida (e de livros), quer para comer.

Desta vez limitámo-nos a passear e a comprar um livro de história da boa mesa europeia, mas ficámos com vontade de voltar para petiscar!

A visitar!!





Restaurantes Madrid - La GASTRO-croqueteria de Chema (5 de 5)

Para o último dia decidimos não marcar nenhum restaurante para o almoço – a nossa última refeição em Madrid – para termos liberdade de escolha.
Mas a escolha já estava intimamente feita desde Lisboa, e foi assim que cerca das 2 da tarde rumámos à La GASTRO-croqueteria de Chema (do chefe Chema Soler), sem reserva, mas com muita vontade de experimentar o gastrobar que o site El Mejor de La Gastronomia, considera ter uma oferta de tapas “(…) de alto nivel gastronómico” (http://www.lomejordelagastronomia.com/gastrobares/madrid-la-gastrocroqueteria-de-chema).

E foi porque chegámos cedo, pouco depois do restaurante abrir, que embora sem reserva, conseguimos uma mesa. Com um grande sorriso, a Maria, que sozinha leva a cabo de todo o serviço de sala, de forma afável, muito simpática e eficiente, levou-nos até à 2ª sala junto da escada de caracol que … veio a revelar-se a 2 dimensões ... pintada na parede …

O restaurante é pequeno, cerca de uma dúzia de mesas, e cerca de 1 hora mais tarde, estava cheio.  

O menu está estruturado da seguinte forma:
Croquetapas, de onde escolhemos as
Tex Mex, de Pollo, Guacamole y Jalapeños
E as 
(como las de mi Mamá) Bacalao (patata, piñones y perejil) 
Macetas
Fomos pela De Canónigos y  Langostinos en Tempura con Aliño Tailandés picante
Cazuelitas
As trufas apelaram e escolhemos a De Huevo con Patata Trufada y Cordero
E finalmente
Tapas, de onde seleccionámos
Migas de Pastor con Jengibre, Secreto Ibérico Mango y Curry picante
e
Turrón de foie sobre Espuma de Almendra frita y  compota de Higos secos.

Bastava dizer que estava tudo Excelente e terminar por aqui. 
Mas são obrigatórias mais palavras para as croquetas, pois é coisa muito difícil de encontrar realizado a este nível - a fritura, irrepreensível, a textura interior, maravilhosa e diferenciada (não é o mesmo recheio nas 2 croquetas apenas com sabores diferentes, não!) e grande criatividade na concepção.
Aliás a criatividade, e também um lado divertido, aplicam-se a todos os pratos que comemos e continua a aparecer em força com as croquetas de sobremesa (comemos um combinado das disponíveis na lista) que estavam gulosas e deliciosas!

A frequentar semanalmente!

Se vivesse em Madrid …

Notas mesmo finais: 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Restaurantes Madrid - Astrid&Gastón (4 de 5)

O jantar do 2º dia foi no Astrid&Gastón, restaurante que marcámos desde Lisboa e que visitámos ainda no Paseo da Castellana, numa localização belíssima, com uma sala bonita e ampla, com janelas a todo o comprimento, rasgadas sobre a avenida.

Serviço impecável, comida excelente, relação qualidade/preço imbatível.
Não é o que está entre os 50 melhores do mundo da lista San Pellegrino&Acqua Panna (esse é o de Lima), mas foi uma refeição memorável, realizada através no Menú Tradição.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Restaurantes Madrid - Restaurante Etíope Nuria (3 de 5)

A maior parte das pessoas não associará, de uma forma positiva, a Etiópia a comida, mas pode-se. O Restaurante Etíope Nuria é exemplo disso, e foi a nossa escolha para o almoço do 2º dia em Madrid.

A sala (foto do site)
É um restaurante que se assume como "regional" querendo desde logo, através da decoração e das cores que utilizam, transmitir algo da cultura etíope.

No que refere à comida, apresentam um menu de degustação, o ideal para numa só ida ficarmos a conhecer uma série de pratos e ficarmos também ... muito cheios, pois as quantidades são generosas.


O prato, de onde todos comem (foto do site)
O menu de degustação inclui 1 entrada, 1 prato de borrego, 1 de galinha, 1 de vaca e 1 vegetariano, com a particularidade de que são todos servidos, com excepção da entrada, num enorme prato onde vem tudo colocado em círculo e de onde se come utilizando a "injera" um pão tipo crepe, feito com farinha de "teff", um cereal etíope. Mas também há talheres para os mais esquisitos como eu.

A comida é interessante, picante, e pondo de parte as esquisitices, comer directamente no pão, sem usar talheres, proporciona uma experiência em termos de sabores e texturas, que é interessante. Fica diferente, há que reconhecer!

Não nos entusiasmou, mas gostámos, e valeu a pena, pois ficámos com um apontamento de uma cozinha que desconhecíamos completamente.

http://www.nuriarestauranteetiope.es/





Restaurantes em Madrid - Lakasa (2 de 5)

Para decidirmos qual o restaurante onde jantar no dia de chegada, continuámos a guiar-nos pela lista dos melhores  restaurantes de Madrid 2012 para o crítico Carlos Maribona e marcámos, o Lakasa, do Chefe César Martín, uma nova entrada nesta lista.

Assim, fomos até aos Cuatro Camiños, zona que não teríamos visitado se não fosse este jantar, e onde se cruzam estilos muito distintos, como se a Rua Morais Soares e a Av. do Brasil se juntassem numa praça. Mas Madrid tem sempre algo de monumental onde quer que se vá, e para chegarmos ao restaurante passamos pelo Hospital de Jornaleros de Maudes que ocupa todo um quarteirão! Acreditem, que mais uma vez se justifica a utilização do termo Monumental quando se fala desta cidade. (http://www.flickriver.com/search/hospital+de+jornaleros+de+maudes/)

Quanto ao Lakasa é bonito, confortável e estava cheio e animado. O serviço é eficiente e simpático. A lista não é muito grande, mas as opções são aliciantes e achei interessante o facto de referenciar os “parceiros” no fornecimento do pão e na concepção das sobremesas. Em ambas as áreas, os parceiros estão à altura!

Passando à lista, as nossas escolhas foram:
  • Entradas: Buñuelitos de Idiazábal e Filetes de anchoas ¡sin aplastar!
  • Pratos: Manitas rellenas de rabo estofado e Esturión fresco a la plancha con vermouth blanco

Eu optei por escolher pratos que não sabia o que eram, sem perguntas nem pedidos de ajuda.

Assim sendo, vim a descobrir que os Buñuelitos são uns bolinhos, neste caso feitos com queijo de Idiazábal, (queijo de que o chefe César Martín é embaixador em Madrid - http://lakasa.es/un-ilustre-queso-que-reside-en-lakasa/) e que, apesar de fritos, criam uma entrada muito leve e saborosa.

Com a escolha “cega” que fiz do prato, pus o Chefe César a rir-se a bom rir, quando lhe disse que não gosto de mãozinhas, mas que tinha escolhido Manitas rellenas de rabo estofado (!) e tinha gostado!!

E o chefe explicou como se fazem: cozem a mãozinhas e o rabo de boi, desossando tudo em seguida. Depois criam uma torta com as mãozinhas que recheiam com o o rabo de boi. É colocada no frigorífico para facilitar o corte em fatias fininhas, que são depois passadas na frigideira.
Colocadas sobre um puré de batata irrepreensível, criam um prato muito saboroso, guloso e reconfortante. É um grande exemplo do que é elevar os ingredientes!

As sobremesas também merecem destaque:
  • El bosque goloso - Mousse de dulce de leche con árboles de chocolate – com uma apresentação lindíssima.
  • Mousse de crema catalana - Acompañada de helado de caramelo – pode parecer banal, mas o jogo das texturas (perfeitas) do gelado e da mousse, realçaram o sabor a caramelo, transformando esta sobremesa em algo especial.
Quanto aos vinhos, a oferta a copo é interessante, e as nossas escolhas foram:
  • Les Sorts Blanc 2010 D.O. Montsant, que ligou bem com a anchova e o esturjão
  • Camins del Priorat 2011 D.O. Priorat, que acompanhou muito bem as mãozinhas. 
Quanto aos buñuelitos, foram muito bem com uma cerveja de pressão bem tirada!!

Para finalizar, faço minha a frase de entrada no site (http://lakasa.es
lakasa, el lugar donde quieres volver... 
(ainda para mais porque a relação qualidade-preço, é muito boa.)


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Restaurantes em Madrid - Punto MX (1 de 5)


Para comer bem, qualquer pretexto serve. Desta vez foi a arte que nos levou a Madrid, para ver uma exposição do camaleónico pintor (e falsificador) Elmyr de Hory, que pintava “à maneira” de Picasso ou Degas (para citar apenas 2 pintores) enganando reputados especialistas e museus. Crê-se que ainda existirão obras por ele pintadas penduradas nas paredes de vários museus, que não querendo correr o risco de se descredibilizarem preferem manter as falsificações como originais!!

Ainda no Circulo de Bellas Artes de Madrid, onde estava esta exposição, conhecemos o trabalho de Maria Bonomi, gravadora italo-brasileira, que inclui não só as xilografias, mas também as matrizes em madeira que lhes dão origem. Ainda importante na sua obra é a transposição que faz do seu trabalho de gravação e xilografia para obras de arte pública, extremamente interessantes.


E pronto, no que toca a Arte da que se vê e conhece em museus, foi tudo.


Depois, passeámos muito – Madrid é uma cidade monumental – e fomos conhecer peças da outra Arte que tanto apreciamos – a Gastronomia.


Em 3 dias conhecemos 5 restaurantes, 4 deles muito relevantes, o outro, sem ser sensacional, foi uma experiência interessante.



Falemos então do 1º restaurante a que fomos

Espanha tem essa qualidade fantástica de servir almoços até às 4 da tarde (pelo menos assim é em Madrid) o que nos permitiu ir num voo a horas não muito madrugadoras e chegar a tempo de ir almoçar, cerca da 3 e meia da tarde, no restaurante que para o crítico Carlos Maribona, é o melhor restaurante mexicano fora do México, o Punto MX (http://www.puntomx.es).

Com uma lista de espera de pelo menos 1 mês e decepcionados, por não termos conseguido uma reserva para jantar, arriscámos aparecer ao almoço e … conseguimos uma mesa na sala do piso térreo, a Barra – não é a sala principal, mas não se perde nada.


O conceito é COMPARTIR e eis o que partilhámos:



  • Guacamole – sem palavras; o melhor que já comi.
  • Quesadillas de huitlacoche – finalmente comi huitlacoche, um fungo do milho, que os americanos de origem mexicana muito utilizam, e que aparece com frequência no cesto de ingredientes-mistério do programa Chopped na Food Network. Estavam excelentes!
  • Cebiche de langonstinos – belíssimo!
  • Salpicon Wagyu – que carne maravilhosa; confecção perfeita.
  • Enchilladas de carnitas iberico – não sabia que as enchilladas podiam ser tão boas! Absolutamente maravilhosas.

Em suma, todos os produtos são de altíssima qualidade e a confecção e apresentação dos pratos é irrepreensível. Pela primeira vez percebi o interesse e o valor da comida mexicana e não posso comprovar se o Punto MX é o melhor mexicano fora do México, porque só conheço mexicanos em Lisboa, mas que está a milhas de qualquer um destes, isso, sem sombra de dúvida.

Uma refeição inesquecível, acompanhada de mezcaliñas - cocktails de mezcal e frutas – e de cerveja de pressão. 


As mezcaliñas são obrigatórias. Segundo eles têm o  
primer Mezcal Lab de España con cocteles inspirados en recetas tradicionales (...)
Ficámo-nos por 2, uma cada um de nós, mas apetecia provar todas as variedades. São feitas com frutas frescas e para além de saborosas, são apresentadas de forma elegante e bonita.


A sala onde ficámos (foto do site do Punto MX)
Ficar no piso térreo, na Barra, não teve qualquer inconveniente, bem pelo contrário, Sala com iluminação natural, bem decorada de forma original, e a lista, não sendo igual à que está disponível na sala principal, é representativa da oferta e do carácter do restaurante. Do que vi na lista principal, nada de fundamental faltava na lista da Barra.

Foi uma revelação das especificidades e da qualidade dos produtos e pratos da cozinha mexicana. A repetir … várias vezes!

sábado, 11 de maio de 2013

A cavala


Este ano, uma das estrelas do Peixe em Lisboa foi a cavala. Estiveram 4 sub-chefes de restaurantes conceituadíssimos - Osteria Francescana, Viajante, Belcanto e Feitoria e dos quais conheço os 3 últimos – que fizeram maravilhas com a cavala utilizando 4 métodos distintos: infusão (chá de cavala quem diria!?! Adivinhou-se fantástico!), fumada, braseada e marinada.
Antes disto uma muito didáctica apresentação (didáctica no melhor sentido, pois aprendi bastante sobre a cavala) realizada por Pedro Bastos que demonstrou que para além de conhecimento tem paixão  sobre o tema o tornou tudo mais interessante!
Com esta inspiração comprei ontem 2 cavalas de bom tamanho (cerca de 30 cm) que resolvi fazer assadas.

As cavalas forma temperadas com sal grosso com ervas (oriundo da Croácia – quando somos conhecidos como apreciadores de boa comida e amantes de cozinhar, oferecem-nos estas coisas), algumas folhas de manjericão nas guelras e por cima meia cebola em  bocados, 2 colheres de sopa de tomate pelado e azeite.
Assaram depois na parte de baixo do forno durante 40 minutos a 150 graus, mais 10 minutos na parte central e finalmente 10 minutos com a grelha a 200 graus.



No final … as cavalas estavam no ponto – gostamos do peixe pouco passado, muito menos do que é habitual fazer-se em Portugal  - suculentas, mas ao comer sente uma adstringência que impõe uma secura na boca e por isso pede molho, coisa que não havia em quantidade suficiente.

Como acompanhamento courgettes e feijão frade, salteados com alcaparras e anchovas de conserva.
O acompanhamento ligou bem, a cavala estava saborosa, mas precisa de correcções ou talvez o assar não seja a preparação mais adequada.

O VINHO: Acompanhámos as cavalas com um vinho italiano, branco  – CAPRAZO, Le Grance, 2002 - que tem um bom corpo; na boca algumas notas de oxidação (normal num vinho com 11 anos) mas um final longo. Foi uma boa ligação.

Em conclusão, foi um jantar bem conseguido, mas não fiquei convencida que a cavala seja um peixe adequado para assar.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Bistro Edelweiss


Restaurante acolhedor e confortável, lista original – não é vulgar encontrar língua estufada ou vol-au-vent de molejas – excelentes produtos, confecção muito boa e quantidades generosas (para mim até generosas de mais …). O serviço é simpatiquíssimo!

A conta escrita à mão é um pormenor delicioso ...
(também dão a conta  da máquina, com NIF e etc.) 
É um restaurante onde a batata é rainha como se pode constatar em algumas das nossas escolhas: língua estufada com puré de batata, salsichas alemãs com um frito de batatas (que estava excelente), raclette Unique, uma entrada de batatas com queijo derretido por cima.

Merece destaque a raclette unique, porque sendo extremamente simples, é uma entrada excelente, mesmo gulosa. Como em qualquer prato muito simples, a qualidade dos produtos é fundamental e neste caso tanto as batatas como o queijo eram de excelente qualidade. A confecção, perfeita! As batatas estavam no ponto certo de cozedura e o queijo derreteu como se pretende, criando uma capa sedosa mas consistente. Acompanham pepinos e cebolinhas em pickle, acompanhamento perfeito para cortar a gordura do queijo e apetecer comer sempre mais!

Mas nem só de batata vive esta lista. Os vol-au-vent (2!) de molejas, são acompanhados por pasta fresca, muito bem confeccionada, leve, que faz brilhar os folhados.

Quanto às sobremesas que escolhemos, são originais e contribuem para terminar a refeição da melhor maneira:

  • Uma mousse de maçã, muito fresca, excelente para ajudar a digestão de uma refeição abundante como esta.
  • Um gelado artesanal de bolachas de especiarias, muito bem confeccionado, cremoso mas consistente, doce q.b. e com todo o sabor das especiarias - o mérito vai para quem teve a ideia de usar estas bolachas e para quem confecciona o gelado.
  • E, finalmente, aquilo a que chamaria a sobremesa "mais fácil do mundo, mas que faz as delícias dos amantes de chocolate - 9 quadradinhos de chocolate suíço, variados e, claro, de óptima qualidade.



A repetir ! (Até porque eu ainda não provei a sopa de cebola, que ao que parece estava óptima).

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Notas de Prova - 23 Janeiro 2013

No passado dia 23 de Janeiro realizou-se mais uma prova na garrafeira Néctar das Avenidas, tendo-se provado (às cegas) 2 Brancos e 7 Tintos.

Aqui ficam os vinhos e as nossas notas.



A estrela foi o Pêra Grave.

O vinho mais polémico, o Encostas de Vassal.


Interessante, termos um vinho de mesa da Madeira!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

O meu top pessoal

Há dias comecei a pensar que nestes últimos quinze anos fui a muitos bons restaurantes, e por puro divertimento resolvi elaborar um top pessoal.

Apercebi-me no processo que há um lote considerável de restaurantes aos quais fui apenas uma vez, por razões geográficas, financeiras ou ambas, e não seria justo compará-los com outros aos quais fui regularmente ou pelo menos um número significativo de vezes. Os critérios têm de ser diferentes, porque uma visita única dá para avaliar uma refeição, mas  para avalar um restaurante com justiça são necessárias várias visitas.

Assim, publico aqui hoje o meu "Top Pessoal de Visitas Únicas". Para contextualizar melhor, coloquei em cada restaurante o ano da visita. E como seria difícil ordená-los por uma rigorosa ordem de preferência, dividi-os em quatro categorias segundo a memória que a experiência me deixou, e dentro de cada categoria a ordem é cronológica.

Espero que esta brincadeira vos divirta e talvez reavive memórias.

RESTAURANTE   LOCAL ANO
     
GRUPO 1 - O TOPO    
Sant Pau Carme Ruscalleda Sant Pau - Catalunha 2010
L'Astrance Paris 2012
Agappé Substance Paris 2012
     
GRUPO 2 - QUASE NO TOPO    
Fredsgatan 12 Estocolmo 2003
Guggenheim Bilbao Bilbau 2007
Moo Barcelona 2009
Viajante Londres 2011
The Ocean Algarve 2011
     
     
GRUPO 3 - EXCELENTE    
Café de Paris Málaga 2008
Vila Joya Algarve 2010
Anthony's Leeds 2010
The Ledbury Londres 2011
L'Atelier de Joel Robuchon St Germain Paris 2012
Bel Canto Lisboa 2012
     
GRUPO 4 - MUITÍSSIMO BOM    
Le Colonial Nova Iorque 1998
Balthazar Nova Iorque 1998
Nobu Tribeca Nova Iorque 1999
Nobu Milano Milão 2008
Cracco Peck Milão 2008
Alkimia Barcelona 2009
Harts Nottingham 2010
36 On  The Quay Emsworth 2010
Chester Grosvenor Chester 2010
Pedro Lemos Porto 2012
Ferrugem   Famalicão 2012


quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Restaurantes 2012


Em jeito de balanço aqui ficam os restaurantes a que fomos em 2012. Talvez tenhamos esquecido alguns (talvez porque nem mereciam ser lembrados) mas tentámos que a lista fosse exaustiva. Os comentários que aparecem, surgiram espontaneamente ao colocarmos o nome do restaurante na lista. Mas a ausência de comentários não tem qualquer significado. Foi um bom ano!

Lisboa




Fora de Lisboa




Fora de Portugal





quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Tapas (II) - Restaurante Ibérico … mas em Nottingham, Inglaterra

Ibérico é um bom nome para um restaurante de tapas!


Ibérico World Tapas é ainda melhor pois traduz exactamente o que vamos encontrar neste restaurante em Nottingham – tapas com inspiração de várias partes do mundo: Japão, França, Espanha, claro, e outras.

O menu expresso inclui 2 tapas, o pão catalão e uma sobremesa e podemos escolher desde tapas “muito espanholas” – como os croquetes de presunto - até tapas de inspiração japonesa, passando por outras partes do mundo, talvez mais inesperadas quando se fala de tapas, como por exemplo França, representada por um cassoulet que estava executado na perfeição.

As quantidades são adequadas, a concepção é irrepreensível, a apresentação ao melhor nível – não é por acaso que o restaurante é um Bib Gourmant da Michelin – e o preço, mesmo para Portugal, contribui para uma excelente relação qualidade-preço…  Isto se excluirmos os vinhos, claro! (a carta apresentava um Fonte do Nico(!!) por 16 libras!!! ) 
Mas isto não tem a ver com este restaurante em particular, mas com o facto de estarmos em Inglaterra. 

A entrada do restaurante
Uma nota quanto ao espaço: bonito e confortável, decorado de forma sóbria, aproveita as características do espaço original, as antigas Galleries of Justice de Nottingham, e os azulejos acentuam um certo toque mourisco.

É de facto um restaurante que vale a pena conhecer e apesar de em Lisboa haver restaurantes muito interessantes nesta área (algumas das modernas tascas e outros, como a Travessa do Fado), se tiver oportunidade, voltarei ao Iberico World Tapas!

www.ibericotapas.com