Para comer bem, qualquer pretexto serve. Desta vez foi a arte que nos levou a Madrid, para ver uma exposição do camaleónico pintor (e falsificador) Elmyr de Hory, que pintava “à maneira” de Picasso ou Degas (para citar apenas 2 pintores) enganando reputados especialistas e museus. Crê-se que ainda existirão obras por ele pintadas penduradas nas paredes de vários museus, que não querendo correr o risco de se descredibilizarem preferem manter as falsificações como originais!!
Ainda no Circulo de Bellas Artes de Madrid, onde estava esta exposição, conhecemos o trabalho de Maria Bonomi, gravadora italo-brasileira, que inclui não só as xilografias, mas também as matrizes em madeira que lhes dão origem. Ainda importante na sua obra é a transposição que faz do seu trabalho de gravação e xilografia para obras de arte pública, extremamente interessantes.
E pronto, no que toca a Arte da que se vê e conhece em museus, foi tudo.
Depois, passeámos muito – Madrid é uma cidade monumental – e fomos conhecer peças da outra Arte que tanto apreciamos – a Gastronomia.
Em 3 dias conhecemos 5 restaurantes, 4 deles muito relevantes, o outro, sem ser sensacional, foi uma experiência interessante.
Falemos então do 1º restaurante a que fomos
Espanha tem essa qualidade fantástica de servir almoços até às 4 da tarde (pelo menos assim é em Madrid) o que nos permitiu ir num voo a horas não muito madrugadoras e chegar a tempo de ir almoçar, cerca da 3 e meia da tarde, no restaurante que para o crítico Carlos Maribona, é o melhor restaurante mexicano fora do México, o Punto MX (http://www.puntomx.es).O conceito é COMPARTIR e eis o que partilhámos:
- Guacamole – sem palavras; o melhor que já comi.
- Quesadillas de huitlacoche – finalmente comi huitlacoche, um fungo do milho, que os americanos de origem mexicana muito utilizam, e que aparece com frequência no cesto de ingredientes-mistério do programa Chopped na Food Network. Estavam excelentes!
- Cebiche de langonstinos – belíssimo!
- Salpicon Wagyu – que carne maravilhosa; confecção perfeita.
- Enchilladas de carnitas iberico – não sabia que as enchilladas podiam ser tão boas! Absolutamente maravilhosas.
Em suma, todos os produtos são de altíssima qualidade e a confecção e apresentação dos pratos é irrepreensível. Pela primeira vez percebi o interesse e o valor da comida mexicana e não posso comprovar se o Punto MX é o melhor mexicano fora do México, porque só conheço mexicanos em Lisboa, mas que está a milhas de qualquer um destes, isso, sem sombra de dúvida.
Uma refeição inesquecível, acompanhada de mezcaliñas - cocktails de mezcal e frutas – e de cerveja de pressão.
As mezcaliñas são obrigatórias. Segundo eles têm o
primer Mezcal Lab de España con cocteles inspirados en recetas tradicionales (...).Ficámo-nos por 2, uma cada um de nós, mas apetecia provar todas as variedades. São feitas com frutas frescas e para além de saborosas, são apresentadas de forma elegante e bonita.
A sala onde ficámos (foto do site do Punto MX) |
Foi uma revelação das especificidades e da qualidade dos produtos e pratos da cozinha mexicana. A repetir … várias vezes!
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