quarta-feira, 29 de maio de 2013

Mercado de San Miguel (Madrid)

O mesmo amigo que já há muito tempo nos tinha falado e aconselhado a visita ao Astrid & Gastón em Madrid, recomendou-nos desta vez uma visita ao mercado de San Miguel.





Fica em pleno centro histórico, o ambiente é animado, e é tentador, quer para fazer compras de comida (e de livros), quer para comer.

Desta vez limitámo-nos a passear e a comprar um livro de história da boa mesa europeia, mas ficámos com vontade de voltar para petiscar!

A visitar!!





Restaurantes Madrid - La GASTRO-croqueteria de Chema (5 de 5)

Para o último dia decidimos não marcar nenhum restaurante para o almoço – a nossa última refeição em Madrid – para termos liberdade de escolha.
Mas a escolha já estava intimamente feita desde Lisboa, e foi assim que cerca das 2 da tarde rumámos à La GASTRO-croqueteria de Chema (do chefe Chema Soler), sem reserva, mas com muita vontade de experimentar o gastrobar que o site El Mejor de La Gastronomia, considera ter uma oferta de tapas “(…) de alto nivel gastronómico” (http://www.lomejordelagastronomia.com/gastrobares/madrid-la-gastrocroqueteria-de-chema).

E foi porque chegámos cedo, pouco depois do restaurante abrir, que embora sem reserva, conseguimos uma mesa. Com um grande sorriso, a Maria, que sozinha leva a cabo de todo o serviço de sala, de forma afável, muito simpática e eficiente, levou-nos até à 2ª sala junto da escada de caracol que … veio a revelar-se a 2 dimensões ... pintada na parede …

O restaurante é pequeno, cerca de uma dúzia de mesas, e cerca de 1 hora mais tarde, estava cheio.  

O menu está estruturado da seguinte forma:
Croquetapas, de onde escolhemos as
Tex Mex, de Pollo, Guacamole y Jalapeños
E as 
(como las de mi Mamá) Bacalao (patata, piñones y perejil) 
Macetas
Fomos pela De Canónigos y  Langostinos en Tempura con Aliño Tailandés picante
Cazuelitas
As trufas apelaram e escolhemos a De Huevo con Patata Trufada y Cordero
E finalmente
Tapas, de onde seleccionámos
Migas de Pastor con Jengibre, Secreto Ibérico Mango y Curry picante
e
Turrón de foie sobre Espuma de Almendra frita y  compota de Higos secos.

Bastava dizer que estava tudo Excelente e terminar por aqui. 
Mas são obrigatórias mais palavras para as croquetas, pois é coisa muito difícil de encontrar realizado a este nível - a fritura, irrepreensível, a textura interior, maravilhosa e diferenciada (não é o mesmo recheio nas 2 croquetas apenas com sabores diferentes, não!) e grande criatividade na concepção.
Aliás a criatividade, e também um lado divertido, aplicam-se a todos os pratos que comemos e continua a aparecer em força com as croquetas de sobremesa (comemos um combinado das disponíveis na lista) que estavam gulosas e deliciosas!

A frequentar semanalmente!

Se vivesse em Madrid …

Notas mesmo finais: 

terça-feira, 28 de maio de 2013

Restaurantes Madrid - Astrid&Gastón (4 de 5)

O jantar do 2º dia foi no Astrid&Gastón, restaurante que marcámos desde Lisboa e que visitámos ainda no Paseo da Castellana, numa localização belíssima, com uma sala bonita e ampla, com janelas a todo o comprimento, rasgadas sobre a avenida.

Serviço impecável, comida excelente, relação qualidade/preço imbatível.
Não é o que está entre os 50 melhores do mundo da lista San Pellegrino&Acqua Panna (esse é o de Lima), mas foi uma refeição memorável, realizada através no Menú Tradição.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Restaurantes Madrid - Restaurante Etíope Nuria (3 de 5)

A maior parte das pessoas não associará, de uma forma positiva, a Etiópia a comida, mas pode-se. O Restaurante Etíope Nuria é exemplo disso, e foi a nossa escolha para o almoço do 2º dia em Madrid.

A sala (foto do site)
É um restaurante que se assume como "regional" querendo desde logo, através da decoração e das cores que utilizam, transmitir algo da cultura etíope.

No que refere à comida, apresentam um menu de degustação, o ideal para numa só ida ficarmos a conhecer uma série de pratos e ficarmos também ... muito cheios, pois as quantidades são generosas.


O prato, de onde todos comem (foto do site)
O menu de degustação inclui 1 entrada, 1 prato de borrego, 1 de galinha, 1 de vaca e 1 vegetariano, com a particularidade de que são todos servidos, com excepção da entrada, num enorme prato onde vem tudo colocado em círculo e de onde se come utilizando a "injera" um pão tipo crepe, feito com farinha de "teff", um cereal etíope. Mas também há talheres para os mais esquisitos como eu.

A comida é interessante, picante, e pondo de parte as esquisitices, comer directamente no pão, sem usar talheres, proporciona uma experiência em termos de sabores e texturas, que é interessante. Fica diferente, há que reconhecer!

Não nos entusiasmou, mas gostámos, e valeu a pena, pois ficámos com um apontamento de uma cozinha que desconhecíamos completamente.

http://www.nuriarestauranteetiope.es/





Restaurantes em Madrid - Lakasa (2 de 5)

Para decidirmos qual o restaurante onde jantar no dia de chegada, continuámos a guiar-nos pela lista dos melhores  restaurantes de Madrid 2012 para o crítico Carlos Maribona e marcámos, o Lakasa, do Chefe César Martín, uma nova entrada nesta lista.

Assim, fomos até aos Cuatro Camiños, zona que não teríamos visitado se não fosse este jantar, e onde se cruzam estilos muito distintos, como se a Rua Morais Soares e a Av. do Brasil se juntassem numa praça. Mas Madrid tem sempre algo de monumental onde quer que se vá, e para chegarmos ao restaurante passamos pelo Hospital de Jornaleros de Maudes que ocupa todo um quarteirão! Acreditem, que mais uma vez se justifica a utilização do termo Monumental quando se fala desta cidade. (http://www.flickriver.com/search/hospital+de+jornaleros+de+maudes/)

Quanto ao Lakasa é bonito, confortável e estava cheio e animado. O serviço é eficiente e simpático. A lista não é muito grande, mas as opções são aliciantes e achei interessante o facto de referenciar os “parceiros” no fornecimento do pão e na concepção das sobremesas. Em ambas as áreas, os parceiros estão à altura!

Passando à lista, as nossas escolhas foram:
  • Entradas: Buñuelitos de Idiazábal e Filetes de anchoas ¡sin aplastar!
  • Pratos: Manitas rellenas de rabo estofado e Esturión fresco a la plancha con vermouth blanco

Eu optei por escolher pratos que não sabia o que eram, sem perguntas nem pedidos de ajuda.

Assim sendo, vim a descobrir que os Buñuelitos são uns bolinhos, neste caso feitos com queijo de Idiazábal, (queijo de que o chefe César Martín é embaixador em Madrid - http://lakasa.es/un-ilustre-queso-que-reside-en-lakasa/) e que, apesar de fritos, criam uma entrada muito leve e saborosa.

Com a escolha “cega” que fiz do prato, pus o Chefe César a rir-se a bom rir, quando lhe disse que não gosto de mãozinhas, mas que tinha escolhido Manitas rellenas de rabo estofado (!) e tinha gostado!!

E o chefe explicou como se fazem: cozem a mãozinhas e o rabo de boi, desossando tudo em seguida. Depois criam uma torta com as mãozinhas que recheiam com o o rabo de boi. É colocada no frigorífico para facilitar o corte em fatias fininhas, que são depois passadas na frigideira.
Colocadas sobre um puré de batata irrepreensível, criam um prato muito saboroso, guloso e reconfortante. É um grande exemplo do que é elevar os ingredientes!

As sobremesas também merecem destaque:
  • El bosque goloso - Mousse de dulce de leche con árboles de chocolate – com uma apresentação lindíssima.
  • Mousse de crema catalana - Acompañada de helado de caramelo – pode parecer banal, mas o jogo das texturas (perfeitas) do gelado e da mousse, realçaram o sabor a caramelo, transformando esta sobremesa em algo especial.
Quanto aos vinhos, a oferta a copo é interessante, e as nossas escolhas foram:
  • Les Sorts Blanc 2010 D.O. Montsant, que ligou bem com a anchova e o esturjão
  • Camins del Priorat 2011 D.O. Priorat, que acompanhou muito bem as mãozinhas. 
Quanto aos buñuelitos, foram muito bem com uma cerveja de pressão bem tirada!!

Para finalizar, faço minha a frase de entrada no site (http://lakasa.es
lakasa, el lugar donde quieres volver... 
(ainda para mais porque a relação qualidade-preço, é muito boa.)


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Restaurantes em Madrid - Punto MX (1 de 5)


Para comer bem, qualquer pretexto serve. Desta vez foi a arte que nos levou a Madrid, para ver uma exposição do camaleónico pintor (e falsificador) Elmyr de Hory, que pintava “à maneira” de Picasso ou Degas (para citar apenas 2 pintores) enganando reputados especialistas e museus. Crê-se que ainda existirão obras por ele pintadas penduradas nas paredes de vários museus, que não querendo correr o risco de se descredibilizarem preferem manter as falsificações como originais!!

Ainda no Circulo de Bellas Artes de Madrid, onde estava esta exposição, conhecemos o trabalho de Maria Bonomi, gravadora italo-brasileira, que inclui não só as xilografias, mas também as matrizes em madeira que lhes dão origem. Ainda importante na sua obra é a transposição que faz do seu trabalho de gravação e xilografia para obras de arte pública, extremamente interessantes.


E pronto, no que toca a Arte da que se vê e conhece em museus, foi tudo.


Depois, passeámos muito – Madrid é uma cidade monumental – e fomos conhecer peças da outra Arte que tanto apreciamos – a Gastronomia.


Em 3 dias conhecemos 5 restaurantes, 4 deles muito relevantes, o outro, sem ser sensacional, foi uma experiência interessante.



Falemos então do 1º restaurante a que fomos

Espanha tem essa qualidade fantástica de servir almoços até às 4 da tarde (pelo menos assim é em Madrid) o que nos permitiu ir num voo a horas não muito madrugadoras e chegar a tempo de ir almoçar, cerca da 3 e meia da tarde, no restaurante que para o crítico Carlos Maribona, é o melhor restaurante mexicano fora do México, o Punto MX (http://www.puntomx.es).

Com uma lista de espera de pelo menos 1 mês e decepcionados, por não termos conseguido uma reserva para jantar, arriscámos aparecer ao almoço e … conseguimos uma mesa na sala do piso térreo, a Barra – não é a sala principal, mas não se perde nada.


O conceito é COMPARTIR e eis o que partilhámos:



  • Guacamole – sem palavras; o melhor que já comi.
  • Quesadillas de huitlacoche – finalmente comi huitlacoche, um fungo do milho, que os americanos de origem mexicana muito utilizam, e que aparece com frequência no cesto de ingredientes-mistério do programa Chopped na Food Network. Estavam excelentes!
  • Cebiche de langonstinos – belíssimo!
  • Salpicon Wagyu – que carne maravilhosa; confecção perfeita.
  • Enchilladas de carnitas iberico – não sabia que as enchilladas podiam ser tão boas! Absolutamente maravilhosas.

Em suma, todos os produtos são de altíssima qualidade e a confecção e apresentação dos pratos é irrepreensível. Pela primeira vez percebi o interesse e o valor da comida mexicana e não posso comprovar se o Punto MX é o melhor mexicano fora do México, porque só conheço mexicanos em Lisboa, mas que está a milhas de qualquer um destes, isso, sem sombra de dúvida.

Uma refeição inesquecível, acompanhada de mezcaliñas - cocktails de mezcal e frutas – e de cerveja de pressão. 


As mezcaliñas são obrigatórias. Segundo eles têm o  
primer Mezcal Lab de España con cocteles inspirados en recetas tradicionales (...)
Ficámo-nos por 2, uma cada um de nós, mas apetecia provar todas as variedades. São feitas com frutas frescas e para além de saborosas, são apresentadas de forma elegante e bonita.


A sala onde ficámos (foto do site do Punto MX)
Ficar no piso térreo, na Barra, não teve qualquer inconveniente, bem pelo contrário, Sala com iluminação natural, bem decorada de forma original, e a lista, não sendo igual à que está disponível na sala principal, é representativa da oferta e do carácter do restaurante. Do que vi na lista principal, nada de fundamental faltava na lista da Barra.

Foi uma revelação das especificidades e da qualidade dos produtos e pratos da cozinha mexicana. A repetir … várias vezes!

sábado, 11 de maio de 2013

A cavala


Este ano, uma das estrelas do Peixe em Lisboa foi a cavala. Estiveram 4 sub-chefes de restaurantes conceituadíssimos - Osteria Francescana, Viajante, Belcanto e Feitoria e dos quais conheço os 3 últimos – que fizeram maravilhas com a cavala utilizando 4 métodos distintos: infusão (chá de cavala quem diria!?! Adivinhou-se fantástico!), fumada, braseada e marinada.
Antes disto uma muito didáctica apresentação (didáctica no melhor sentido, pois aprendi bastante sobre a cavala) realizada por Pedro Bastos que demonstrou que para além de conhecimento tem paixão  sobre o tema o tornou tudo mais interessante!
Com esta inspiração comprei ontem 2 cavalas de bom tamanho (cerca de 30 cm) que resolvi fazer assadas.

As cavalas forma temperadas com sal grosso com ervas (oriundo da Croácia – quando somos conhecidos como apreciadores de boa comida e amantes de cozinhar, oferecem-nos estas coisas), algumas folhas de manjericão nas guelras e por cima meia cebola em  bocados, 2 colheres de sopa de tomate pelado e azeite.
Assaram depois na parte de baixo do forno durante 40 minutos a 150 graus, mais 10 minutos na parte central e finalmente 10 minutos com a grelha a 200 graus.



No final … as cavalas estavam no ponto – gostamos do peixe pouco passado, muito menos do que é habitual fazer-se em Portugal  - suculentas, mas ao comer sente uma adstringência que impõe uma secura na boca e por isso pede molho, coisa que não havia em quantidade suficiente.

Como acompanhamento courgettes e feijão frade, salteados com alcaparras e anchovas de conserva.
O acompanhamento ligou bem, a cavala estava saborosa, mas precisa de correcções ou talvez o assar não seja a preparação mais adequada.

O VINHO: Acompanhámos as cavalas com um vinho italiano, branco  – CAPRAZO, Le Grance, 2002 - que tem um bom corpo; na boca algumas notas de oxidação (normal num vinho com 11 anos) mas um final longo. Foi uma boa ligação.

Em conclusão, foi um jantar bem conseguido, mas não fiquei convencida que a cavala seja um peixe adequado para assar.